"Comício de apoio", de acordo com o sindicalista. Sem o tradicional rodízio, esse pode ser considerado o trânsito à la carte paulistano, portanto. Rá! |
"Nós queremos chegar a Brasília. Os governantes que já passaram pelo município e pelo governo do estado vêm tentando fazer há 30 anos o que nós fizemos hoje. Foram 250 quilômetros de engarrafamento. Se conseguimos fazer isso em um dia, imagina em quatro anos, ou oito", disse um dos líderes do movimento grevista sem saber explicar como faria, com essa quantidade de carros na frente, para chegar ao aeroporto de Congonhas. "Todo mundo sempre quis saber como seria o dia em que São Paulo parasse de vez. Nós realizamos esse sonho do paulistano e temos muito mais a fazer em outras áreas."
Segundo o sindicalista, em um dia de intensa falta de trabalho, o programa dos metroviários se provou abrangente, não apenas limitado ao trânsito ou ao bem-estar da população paulistana. "Nossa plataforma tem foco na ascensão social das camadas mais populares. Muita gente hoje teve a chance de ser demitida e se livrar daquele chefe intolerante, que não sabe aguentar um atraso de três horas com a justificativa do trânsito ou do transporte público", disse ele, que preferiu não se identificar, pois ainda não está claro quem encabeçará a chapa, se serão os ferroviários, os metroviários ou algum maquinista da nova Linha Amarela, que opera sem a ajuda (?) humana.
"Duvido que, depois de hoje, algum taxista, com a quantidade de chamadas que recebeu, continue a votar no Maluf", disse o entusiasmado líder. "Quero mandar um abraço especial ao Kassab, que suspendeu o rodízio e aumentou a adesão à nossa imensa carreata."
O sindicalista não revela nova data em que o movimento (a falta dele) poderá ocorrer, nem se pretende se juntar a algum partido da base governista no Congresso, mas agradece pelo apoio recebido do governo federal esta semana, ao despejar mais carros nas ruas de São Paulo, com redução de impostos e estímulo ao crédito automotivo.
"Fico feliz de estarmos num país tão apegado a suas tradições. Não podemos abandonar algo que deu tão certo nos anos 1940. Afinal, o país não mudou tanto assim, os políticos que aí estão são os mesmos", disse ele, pedindo para que "país" fosse escrito com caixa alta, o que não respeitamos por sermos um veículo da imprensa golpista e aliado à velha classe média.
Apegado às tradições, o líder sindical recusou os boatos de que o movimento (a falta dele) teria pretensões de liberar as catracas dos trens e metrôs, pois isso deixaria de atender o principal eleitorado do movimento (da falta dele), que são os metroviários e funcionários da CPTM. "Essa coisa de beneficiar a população e ferrar os patrões é populismo, coisa de europeu, não combina com as nossas tradições. Eu perderia meu mandato no sindicato se, além de mandar fazer greve, dissesse para meus representados trabalharem num dia de sol desses."
A próxima grande luta política do sindicato dos metroviários é a disputa para poder utilizar o slogan mais recente da prefeitura paulistana, "antes não tinha, agora tem", em referência ao recorde de mais de 200 quilômetros de carros parados.
*Este blog é associado ao Sifódi (Sindicato dos Falsos Órgãos de Imprensa) e não tem qualquer compromisso com a verdade, assim como 90% dos legisladores brasileiros, mas, diferente deles, não tem ambições políticas.
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Meu comentário sobre esse post.
ResponderExcluirAntes não tinha.
Agora tem.