sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Resumo da Semana: 25 a 31/08/2012

Dilma mostrando que também usa o bilhete único
Nessa semana, aprendemos que:
Tem que ser muito macho para usar saia.
"Olimpíadas" não se escreve com "o".
(Em breve, ruas com "paralepípedos".)
O Aécio Neves bebe. E o Cervantes, no Rio, vende chope.
Não foi o Michael Jackson que inventou o "moonwalk".
Não existem mais "moonwalkers" vivos.
Na internet, nada se cria. Não se pode mais confiar nem em palito de dente.
O Ronaldinho sabe jogar bola. (Na dúvida, melhor deixar o Adriano no Flamengo mesmo.)
Louis Armstrong não pisou na lua. Nem foi pego no antidoping.
Em dois dias seguidos, morreram dois mitos da família Armstrong.
Neil Young e Neil Armstrong não são (nem eram) a mesma pessoa.
Que futebol, vôlei, argolas, boxe, que nada. Pelas horas de transmissão na TV, o Brasil é o país do Mensalão.
E de 194 milhões de juízes em ação, que tiveram acesso às provas contra cada acusado, e não apenas à matéria do Jornal Nacional.
O Cadinho trabalha. E se ferra, como qualquer um que faça isso.
Carminha e Nina são amigas.
Não há lugar como o Divino.
Democracia é chamar de "vendido" quem não concorda com você. O Marcelo Freixo tem um monte de filhos e esposas no Facebook.
A polícia de Nova York teve treinamento com a do Rio.
O personagem do Murilo Benício foi jogar no Japão.
Julgamento no STF é um debate eleitoral de seis meses.
Ter arma em casa dá mesmo a maior segurança.
Esse povo que andava com o goleiro Bruno tem mesmo muito azar. Minas faz parte do Velho Oeste. Americano.
Eliza Samudio morreu. Vida de Maria Chuteira só é fácil na TV. (Às vezes, nem nela.)
Dilma também usa bilhete único. Não era só você que conversava por bilhetes na sala de aula.
Sempre morre alguém na vida real nos novos filmes do Batman. (Ok, foi em julho, mas tinha que esperar antes de fazer piada, né?)
O Fantástico realmente não produziu nada de interessante depois de "A vida como ela é". Nem o Daniel Filho.
As filhas da Baby Consuelo não fazem sexo.
Camisinha Olla dará 620 mil bolsas de estudo vitalícias.
Todo mundo é fã de para(o)limpíadas no Brasil.
O Ganso vai para a...

Posts da semana:
Reforma Hortográfica e a Nova Dramática Brasileira
Pensamento sobre a vida
Viver a especulação imobiliária é...
Recado do Nelson Rodrigues
Blog do Jorge na Marie Claire!
Outras semanas:
24 de agosto: Ecce Homo, Nissim, Xuxa, BubbleGummers
17 de agosto: Vôlei, Van, Supremo, Mensalão, Alface, Suicida
10 de agosto: Criança Esperança, Curiosidade em Marte, Boticário
3 de agosto: Criança Esperança, Natura, Mensalão, Crepúsculo
27 de julho: Olimpíadas, Nina, Papuda, Marcelo Rubens Paiva
20 de julho: Rosane Collor, magia negra, Perdi meu Amor
20 de janeiro: BBB, Luíza e o Canadá, Carlos Nascimento

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Reforma Hortográfica e a Nova Dramática Brasileira

A Rua da Dor, segundo a nova "hortografia" para o nome da Rua Paim
Em homenagem à criação dos Jogos "Paralímpicos" e sob o risco de ser chamado de politicamente incorreto, bandido, ou amigo do Carlinhos Cachoeira e do goleiro Bruno, este blog decidiu elencar algumas "novas" palavras da língua portuguesa ouvidas e lidas por aí recentemente (em especial, nesse ambiente inóspito para a gramática que é a internet) e seus prováveis significados, dada a inexistência delas (ao menos da forma como são escritas ou faladas) nos melhores dicionários do ramo. Como este blog é um espaço democrático, é bom esclarecer que são expressões utilizadas pelas mais diversas classes sociais. De unânime entre elas, há o aparente interesse em assassinar o idioma, que, pelo visto, está mais vivo do que nunca. (Ok, algumas palavras foram "adaptadas" pelo autor.)

Absolvente: produto de uso íntimo feminino que liberta as mulheres do incômodo daqueles dias.
Acertivo(a): pessoa que acerta tudo o que fala.
Agente: quando nós fazemos alguma coisa de forma secreta. "Agente foi ao jogo."
Algaritmo: sequência de instruções matemáticas para fazer comida japonesa enquanto se dança
Altismo: prática de quem torce pelas pessoas mais altas ou simplesmente gosta de altura.
Ante-caspa: xampu para ser usado antes da caspa.
Ápito: adjetivo que se usa para quando um sujeito está habilitado a utilizar instrumento de sopro utilizado em sinalização desportiva e de trânsito, ou de emergência. "O juiz não está ápito para o jogo."
Atensão: estado de espírito de quem está preocupado. "Atensão me mata."
Autofalante: a pessoa que fala muito, sem ninguém perguntar nada. "Meu Deus, essa mulher é autofalante!"
Auto-promoção: liquidação de automóveis.
BaraFunda: estação de integração entre metrô e trem de São Paulo, onde tudo sempre funciona muito bem, sem nenhuma confusão.
Barbie Kill: molho de churrasco à base de plástico de boneca assassina.
Beringela: legume que causa frio após ser comido.
Bicose: expressão em inglês para quando o sujeito está com uma inflamação no bico.
Bode espiatório: bode (ou cabra) curioso(a) e dedo-duro.
Boêmia: deve ter sido algum viral da AmBev que eu perdi, ou efeito da maldição dos corretores ortográficos, mas a velha e boa "boemia" acabou, porque o último grito da elite intelectual (e eu tenho mesmo vontade de gritar quando ouço/leio) é falar e escrever "boêmia". (Ah, entendi! A Wikipédia acabou de me contar que a expressão vem do francês bohème. Quando eu acho que estamos evoluindo contra os estrangeirismos...)
Bonsenso: aquilo que a pessoa tem quando concorda comigo. "Vamos entrar num bonsenso aí."
Bossal: relativo a bossas ou à Bossa Nova.
Caluna: acusações injustas e infundadas contra a seção de alguém num jornal, e/ou feita pelas costas da pessoa.
Camelo: bicho que vive no deserto e vende umas paradas aí na 25 de Março de São Paulo e na Uruguaiana, no Rio.
Capitar: a principar cidade de algum país ou estado, para onde as pessoas vão para conseguir arrebanhar recursos.
Carboridrato: veneninho que tem nas comida tipo pão, arroz e massas, que nos atrai para elas e faz engordar.
Carro alegrório: é o carro das escolas de samba que tem esse nome por trazer alegria a todos, durante o Carnaval.
Casa de Vídeo: nome de loja de produtos para o lar e eletrodomésticos de baixa qualidade do Rio, cujos donos antigos chegaram a ser presos. "Vou ali na Casa de Vídeo e já volto."
Casas germinadas: habitações tomadas por micróbios, uma ao lado da outra.
Casaquistão: o que a mocinha fala quando está tarde e ela ainda está no bar com os amigos. "Vou pra casaquistão me esperando." Rá!
Ceara: área de atuação de uma pessoa, ao Nordeste do Brasil.
Cereal Killer: sujeito que mata um prato de granola por dia rapidamente.
Célebro: órgão festivo que fica na cabeça das pessoas, que fica contente quando alguém consegue falar seu nome de batismo corretamente.
Changeman: expressão chique em inglês para homem gentil, cavalheiro. "Fulano é um changeman, hein?"
Chupetão: o brasileiro anda com tanta pressa, que às vezes tem que fazer as coisas, inclusive falar, assim, "de chupetão".
Classe acendente: é quando o sujeito da classe C passa a ter acesso a produtos como charutos cubanos, para acender, ou passa a frequentar o Posto 9 de Ipanema.
Clone: expressão popularizada por novela de Glória Perez para denominar objeto de plástico, normalmente na cor laranja, usado para orientar o trânsito e roubado por bêbados. "O senhor derrubou o clone."
Comcenso: tudo que é feito tendo como base pesquisas e estatísticas.
Comfirma: quando alguém te diz que, realmente, para aquela vaga, você vai ter que emitir nota, ser PJ, empresa. "Sim, aqui só com firma."
Comprimentar: Tirar a medida de algo, dizendo, antes, "bom dia" ("boa tarde" ou "boa noite", a depender do horário).
Comsenso: quando a pessoa faz algo que tenha sentido.
Concerteza: ato ou ação relativo a concertos e shows de música, deve significar algo como "presença de palco", é a única explicação possível para o uso tão proliferado da expressão. "Nossa, esse cantor tem uma concerteza incrível."
Contracenso: a pessoa que não gosta de pesquisas e estatísticas. Normalmente, jornalistas, pois os números com frequência contradizem suas teses.
Corega: cola que liga os amigo, e os dente, substantivo sem variação de número. "Nós fomo lá, os corega tudo."
Cornocópia: sujeito que leva chifre da mesma pessoa que um corno anterior levou.
Cualho: expressão para designar tempero usado no queijo assado vendidos na praia. "Esse queijo é cualho?"
Cubrir: proteger a retaguarda.
Dar a luz: quando uma mãe entrega uma lanterna na mão de um filho recém-nascido, ou a conta de energia elétrica se ele já tiver mais de 18 anos.
Déja fú: aquela sensação estranha de que você já se fodeu desse jeito.****
Destrair: reverter uma traição. Não funciona.
Dezova: quantidade da iguaria à base dos ovários maduros de peixe, especialidade da comida japonesa. "Esse combinado é o maior da casa, vem com dezova, senhor."
Disrespeito: Quando um assunto perde o respeito pelo outro. "Isso não me disrespeito."
Emfrente: o que você fala para uma pessoa quando quer que ela confronte os desafios que estão na frente dela. "Emfrente ao que há de mais moderno na Barra!"
Emitação: quando uma pessoa emite algo, um som, por exemplo, que imita outra pessoa.
Em cheque: quando, após uma ameaça, o sujeito saca o talão do banco e preenche com algum valor, tipo quando faz um seguro de vida. "A minha tranquilidade foi posta em cheque."
Em loco: provavelmente, o hospício ou a linguagem dos malucos, afinal, de perto ninguém é normal. "A entrevista foi feita em loco."
Emplacável: situação de um carro novo, aliada ao desejo incontrolável de um despachante, de legalizar um veículo.
Emprestável: um bem que você possui, que não serve para muita coisa, mas pode ser emprestado a quem pedir.
Encanação: expressão usada em reportagens sobre presídios e seus detentos. "Os criminosos encanação perigosos."
Endicação: quando a pessoa te pede, é porque ela realmente precisa de uma.
Enterter: comprar um teclado novo, para a tecla Enter ter.
Estância superior: estabelecimento rural para criação de gado na parte de cima do Rio Grande do Sul.
Estrupo: ato de violência contra a língua portuguesa.
Excessão: algo muito excessivo, ou quando alguém toma algo de volta. "Fulano tá com um excessão de peso...", "O petróleo é uma ex-cessão do governo na Venezuela."
Exitação: ter sucesso em algo, meio na dúvida.
Exitar: um gringo sair de um lugar, sem ter certeza de ser a coisa certa a fazer.
Experto: sujeito inteligente que já esteve próximo, mas agora está longe.
Exseção: local cuja destinação mudou. "Aqui é a ex-seção de biscoitos, agora só tem massas."
Exsessão: quando o horário do filme muda. "Essa é a ex-sessão de Batman."
Exceção: é escrever certo essa palavra.
Extrato social: molho (de tomate) para pratos que servem mais de uma pessoa, ou para pessoas do topo da pirâmide de renda.
Extrangeiro: sujeito que trabalha nos supermercados Extra, ou no jornal de mesmo nome.
Fachismo: vertente político-infantil de extrema direita que frequenta "pichinas". Outra consequência da onda da intelectualidade de mudar a pronúncia de palavras já consagradas. Impossível não lembrar de "faxina".
Faixada: bater com uma faixa na cabeça de alguém, na frente de uma obra arquitetônica.
Falta des respeito: quanto o respeito é excessivo. "Isso é falta desrespeito, rapaz!"
Faxão criminosa: fax grande, tecnologia em extinção, com mensagem ameaçadora.
Fibra ótima: uma evolução da fibra ótica, melhor ainda do que a original, "tipo Net".
Figo: órgão do corpo do pobre que sofre quando ele bebe muita cerveja. "Ai, meu figo..."
Fragra: quando uma pessoa é pega de surpresa com um cheiro suave (fragrância). Ou sobrenome. "Te peguei no fragra!"
Graduativamente: aos poucos, até obter um diploma de curso superior.
Gratuíto: quando você escreve algo sem remuneração no Twitter***, ou quando algo é gratís.
Homoafetiva: uma das últimas do politicamente correto. Deve querer se referir às relações com igualdades de sentimentos. Um mito, portanto.
Hortografia: ciência que estuda a forma como são escritos os nomes dos produtos agrícolas.
Hot-Fruit: fondue de chocolate onde são vendidos produtos da horta e da granja, além de frutas. (Nota do Editor: Juro que eu já vi isso escrito assim numa propaganda, em caixa de pizza.)
Incomum: pessoa diferente, que é amiga sua e de outro conhecido seu ao mesmo tempo. "Ele é nosso amigo incomum."
Indescrição: descrever algo, só que ao contrário, ou de forma errada.
Intensão: algo feito de forma muito intensa de propósito.
Inxada: instrumento grosso utilizado para capinar. (Pegar numa "inchada" é outra coisa...)
Iogute ou Iorgute: sabor de bala vendida nos ônibus do Rio.
Jurtiça: o que o povo sempre pede depois que alguém é injustiçado.
Largato: réptil boa vida, que vive jogado por aí.
Lhe dar: quando uma pessoa é oferecida em sacrifício por algo que não se consegue suportar. "Ela não sabe lhe dar com a pressão."
Lisura esportiva: quando o sujeito não ganha nenhuma competição, não pega nenhum prêmio. Nem ninguém.
Losângulo: os vértices de uma figura geométrica hispânica.
Mais omenas: as temperaturas ficarão "maisomenas" quando não sabemos direito para onde elas vão, mas só sabemos que ficará um calor menos escaldante, ou um frio menos de rechar do que o atual.
Mau menor: bandido ou sujeito de má índole que ainda não completou 18 anos.
Meia: peça de roupa com sentimentos e que serve para aquecer metade do pé da moça que fala errado. "To meia chateada.", "Ela é meia inocente."
Meia culpa: quando a pessoa admite a própria falha, mas só pela metade. "Ele fez um meia culpa."
Mim: índio que faz várias coisas que eu deveria fazer. "É pra mim pegar?"
Mimimimalismo: movimento artístico de classe média que usa como recursos visuais o Photoshop, mas sobretudo o Paint, do Windows, para reclamar de coisas que só incomodam esta categoria, enquanto o resto do país tem coisas muito mais importantes do que se queixar.
Missão comprida: tarefa extensa.
Molho Acompanha: é o molho à base de cebola, tomate, vinagre e azeite que sempre "acompanha" qualquer prato. Por isso, o nome.
Molho Beijamel: molho adocicado, à base de mel, logicamente. Da mesma família do filé de peixe "adorei", o frito/empanado.
Molho de Madeira: verniz.
Mortandela: embutido com alto risco de mortandade.
Multirão: um monte de gente que se junta, se mobiliza, para alguma coisa em favor da comunidade. Contração de "muitos irão", portanto.
Neura: a neurologista mulher.
Neurolojista: o comerciante que vende neuroses.
Nóses: plural de "nós". Para grupos muito, muito, muito grandes no qual você (no caso, eu) está incluído(a).
O brigado: quando a pessoa agradece e briga com você na sequência.
Orientação sexual: "mais pra direita, mais pra esquerda! Agora, desfaz! Sai e entra de novo! Isso..." Ou, simplesmente: faça.
Outimato: derradeira ameaça de morte caso a outra pessoa não faça o que se deseja dela. "Fala logo, outimato!"
Outrem: meio de transporte que os outros usam. "Ele vai de ônibus, outrem."
Paralimpíadas: nova categoria esportiva criada para quem não tem o direito de falar "olimpíadas" sem pagar direitos de transmissão à outra emissora.
Pasterizado(a): comida com gosto de pastel, sempre o mesmo.
Pego: como o paulistano mostra ser solícito quando quer saber se você "quer que ele pega" alguma coisa. "Quer que eu pego?"
Pis/Confins: tipo de tributo que é pago por quem frequenta o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, nas proximidades de Belo Horizonte.
Pobrema: quem diz que tem um já tem pelo menos dois*. Justaposição do radical "pobre" + contração da palavra "mazela" = problema de pobre; dificuldades pelas quais os menos favorecidos financeiramente passam. (No mundo dos ricos, como ninguém passa dificuldade, não existe palavra equivalente.)
Pocenanato: novo tipo de cerâmica usado em pisos de casa de gente chique, colocado por pedreiros com problema de dicção.
Pólium e Elite: doença que ainda causa muito mal aos brasileiros, principalmente a "elite". A "pólium", eu nunca entendi muito bem o que é que faz. (Eu juro que, na infância, achava que eram duas doenças, com esses dois nomes, quando via as campanhas de vacinação na TV. Eu era uma criança de esquerda e nem sabia.)
População bancarizada: jargão para quantidade de bancários existentes no Brasil.
Posar: coisa que o avião só faz se estiver tirando foto.
Potesto: é o que o povo faz quando pede "jurtiça".
Pousar: só "pousa" para a foto a(o) modelo que chega de viagem de avião para tirar retrato.
Polvo Escaldado: molusco que não aprende, mesmo depois de já ter ido parar na panela, e elege políticos corruptos para governar o país.
Presse: uma reza rápida.
Previlégio: vantagem obtida previamente.
Procotolo: registro feito a cavalo.
Próximo ano novo: o que as pessoas desejam junto com o Natal, mas para daqui a dois anos. "Feliz Natal e um próximo Ano Novo!"
Prural: tá nos artigo.**
Pueiril: relativo à poeira. "Essa casa tá um pueiril danado."
Questãs: as questões femininas.
Raís: pessoas com nome originado no ex-meio-campista do São Paulo.
Reassa: aquele que esquenta de novo uma comida no forno, enquanto assiste ao Diogo Mainardi no Manhattan Connection, ou lê um post do Rodrigo Constantino no site da Veja.
Recisão: separação passional, tanto que acontece duas vezes.
Redessocial: uma rede presa na parede e na qual cabe um tantão de gente.
Reinteirar: colar vários pedaços para formar um inteiro que havia sido quebrado; tornar algo inteiro novamente, apenas com as palavras.
Reprender: prender de novo, verbo que deveria ser usado para e contra fugitivos de presídios.
Resistro: relacionado à resistência do patrão em assinar a carteira de trabalho do(a) funcionário(a).
Risos: é a forma como o internauta brasileiro ri, similar ao "kkk", que não tem nada a ver com organizações racistas americanas. Um dia, sei que ainda vou ver alguém falando "risos", em vez de dar uma boa gargalhada.
Ritaleena: nome de uma droga muito utilizada nos casos de hiperatividade, especialmente por um grupo de mutantes dos anos 1970. Roqueiros adoram.
Roráima: estado ao Norte do Jornal Nacional e que só existe para as pessoas que vivem nele.
Salxixa: a salsicha da Xuxa.
Saporra: qualquer coisa, representada pela mulher do sapo. "Deixa saporra aí de qualquer jeito, meu irmão."
Satisfaçã: o prazer feminino.
Seje: presente do subjuntivo do verbo "sejar". "Que assim seje. Seje feliz."
Selebato: ameaça politicamente incorreta e contrária à Lei da Palmada. "Selebato, tenho certeza que você faz o dever de casa."
Sempre Toshiba: marca de computador e eletrônicos japonesa à qual a pessoa é fiel a vida toda.
Seromano: atitude de ser gente da Zona Leste de São Paulo.
Sistema nervoso: estado de espírito da pessoa que está irritada. "Ai, menina, tô com o sistema nervoso hoje, viu?"
Sobressaliente: pessoa com libido excessiva.
Sombril: substantivo para "muita sombra". "Isso aqui tá um sombril danado!"
Temsão: para dizer que ainda há gente portadora de sanidade mental em meio a todo um nervosismo. "Tem são, sim."
Testo: algo que eu, na primeira pessoa, escrevi apenas para experimentar como ficaria. "Esse testo não ficou muito bom."
Tique: meio de pagamento utilizado para as refeições durante a semana. "Xi, acabou o tique e ainda é dia 20!"

Toilhete: toalha de banheiro de uma forma afrancesada.

Topeira: mamífero pouco inteligente que vive no subsolo enterrado em tocas e aceita qualquer coisa, topa qualquer parada.

Traumatismo ucraniano: o que acontece quando a pessoa quebra a cabeça visitando Kiev.

Outros glossários e manifestos em defesa da língua portuguesa:
Carta da vírgula na era da exclamação
Dicionário Rio x São Paulo de Gírias e Afins
Glossário da Bolha Imobiliária Brasileira
Des(cons)truindo a cozinha contemporânea
Glossário do Caos Aéreo (ou "Desde que Muprhy virou controlador de voo")
Saint Paul: São Paulo para gringos
Vida de aspas é difícil
Vírgula pergunta: Salve Jorge do quê?
Reforma Hortográfica e a Nova Dramática Brasileira

*Contribuição do amigo Fausto Rêgo. **Contribuição do amigo Renato Machado. ***Do amigo Conrado Passarelli. ****Da amiga Patricia Correia.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Viver a especulação imobiliária é...

Morar numa rua de terra mesmo que ela seja asfaltada.
Saber há quantos dias um pedreiro não troca de cueca porque ele conta em voz (muito) alta para o colega, às 6h da manhã.
Ser acordado(a) às 6h da manhã por barulho de obra.
Achar normal ser acordado às 6h da manhã por barulho de obra.
Torcer para não derrubarem aquelas casinhas bonitinhas.
Torcer para derrubarem aquelas últimas casinhas feias que sobraram na rua. E levarem junto os bares onde as pessoas desprovidas de gosto musical param o carro com o som ligado no máximo durante o domingo inteiro.
É ter corretores de imóveis na porta do seu prédio perguntando se você não quer comprar um imóvel num prédio ao lado.
Esperar que o apartamento que você acabou de comprar dobre de preço de um ano para o outro.
Achar normal barulho de demolição num domingo.
Acabar aceitando o barulho a qualquer dia ou hora, com a esperança de que, assim, acabe logo, ou um dia.
Acordar achando que está ouvindo o barulho do mar e se dar conta de que é só uma máquina virando pedra.
Passar a odiar o apito dos caminhões mais do que alarme de carro.
Se acostumar com o apito de ré dos caminhões.
Com o de bate-estaca também.
Descobrir que os preços dos imóveis pararam de subir justamente depois que você comprou o seu apartamento.
Achar que está em Nova York com os nomes dos empreendimentos, todos em inglês.
Morrer de rir de quem realmente acredita nisso.
Morrer de rir de quem acha que isso valoriza o imóvel.
Achar que está em Nova York pelos preços dos imóveis.
Morrer de rir de quem realmente acredita nisso.
Perder a calçada para os caminhões.
Saber identificar as máquinas que estão trabalhando pelo barulho.
Eleger as máquinas preferidas pelo tipo de barulho e pela menor quantidade de sujeira que proporcionam.
Saber identificar e cumprimentar os pedreiros da rua.
Rezar todo dia para o prédio da frente não subir mais um andar.
Comemorar quando o prédio novo entra em fase de acabamento.
Saber identificar que um prédio entrou em fase de acabamento.
Ver os prédios mais antigos do entorno morrendo de inveja e começando a fazer obras também (na verdade, correndo atrás do prejuízo, para não se desvalorizarem).
Comemorar que vão, enfim, começar mais uma obra na rua, e dar alguma utilidade para aquele terreno baldio próximo.

Mais sobre os exageros do mercado imobiliário:
Glossário da Bolha Imobiliária Brasileira

Denúncia!

Outras sobre as eleições:
O que os candidatos (provavelmente) pensam
Diálogos que ainda veremos nessas eleições
Palmirinha x José Serra: duelo no skate
Serra lança campanha usando música que homenageia Alckmin
Axioma de Tiririca cai com Russomanno em alta nas pesquisas
Meu candidato em São Paulo
Carminha declara apoio a Haddad

domingo, 26 de agosto de 2012

Recado, aproveitando a semana de homenagens...

Blog do Jorge, agora também no Twitter! twitter.com/BlogueDoJorge

Outras homenagens:
Viva o Dia das Crianças!
Feliz Dia dos Irmãos!
Dia de Jornalista
Feliz Dia dos Pais
Feliz Dia do Rock(y)
Dia do Amigo
Homenagem para o Dia das Mães
Para o Dia dos Namorados
Tecnologia para Leigos

Blog do Jorge na Marie Claire!

Essa vale um pequeno post autopromocional, até para agradecer a quem compartilhou. (Afinal, alguma vantagem tem que haver em ser repórter, redator, editor e dono do seu próprio espaço editorial.) A Marie Claire online fez uma matéria sobre a campanha "Veta, Dilma!", contra os "sneakers". Não, isso não é uma piada. Pelo visto, o jeito para fazer sucesso é escrever sobre moda mesmo, hehehehe... Obrigado a todos que compartilharam ou que de vez em quando perdem seu precioso tempo aqui (melhor do que ligando para telemarketing, vai).

Se você não viu o post original, clique aqui.
Se quiser ver a matéria da Marie Claire, clique aqui.

Abraços,
Jorge

PS: De uma forma simbólica, este é o post de número 100. (E a prova de que quantidade não é qualidade.) O tempo voa quando a gente se diverte...

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Resumo da Semana: 18 a 24/08/2012

Nessa semana, aprendemos que:
A Olla vai ter que mudar o nome para "Êpa!"
O Carlos Nascimento já foi mais inteligente.
A Gina não sabe brincar.
O malufismo é mais forte do que o Maluf.
O uso de gel no cabelo também.
São Paulo é uma cidade de taxistas.
Mas o melhor é quando vamos pra Baleia.
O trem fica mais cheio às 18h do que às 13h.
Todo mundo é fã das Pussy Riot.
Todo mundo conhece as Pussy Riot.
Todo mundo entende russo. E sobre a política do país.
O KLB ainda existe.
A Rua Augusta não passa de 2012.
Nem toda restauração de obra de arte fica boa.
Nissim não é nome (só) de macarrão instantâneo.
Baleia não é nome de uma sinagoga.
Bar Mitzvah pode ser um clipe da MTV. Do começo da MTV.
As coisas vazam na internet.
Propagandas de vereadores serão para sempre toscas. E inúteis.
A musiquinha do Criança Esperança não vai parar de tocar nunca.
O Flamengo é o Retiro dos Artistas dos jogadores de futebol.
A Xuxa fica melhor de cabelo preto.
Os BubbleGummers voltaram à moda. Em versão para adultos.
Não é necessário ter habilitação para pilotar lancha.
O inverno foi mesmo cancelado em São Paulo.
Travestis invadem carros. Com travas automáticas.
Cuidado para não confundir travas com travecos.
O padre sabia.
O Fantástico não fez nada que prestasse desde "A vida como ela é".
Toda unanimidade é burra. E todo mundo é leitor, conhecedor profundo e fã da obra de Nelson Rodrigues.
Servidores públicos federais ganham pouco. E trabalham muito.
Barbosa é de Marte, Levandowhisky é de Vênus.
Dona Cecilia Giménez é o novo Andy Warhol.
Visitar os prédios mais altos de NY é perigoso.
Não se deve demitir uma pessoa que tem arma em casa.
Teses conspiratórias sobre o tiroteio de NY em 5, 4, 3, 2...

Posts da semana:
Já fomos menos pervertidos
Veta, Dilma!
Avenida Brasil e Star Wars: cretinas semelhanças
Outras semanas:
17 de agosto: Vôlei, Van, Supremo, Mensalão, Alface, Suicida
10 de agosto: Criança Esperança, Curiosidade em Marte, Boticário
3 de agosto: Criança Esperança, Natura, Mensalão, Crepúsculo
27 de julho: Olimpíadas, Nina, Papuda, Marcelo Rubens Paiva
20 de julho: Rosane Collor, magia negra, Perdi meu Amor
20 de janeiro: BBB, Luíza e o Canadá, Carlos Nascimento

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Avenida Brasil e Star Wars: cretinas semelhanças

Se você acha que já leu todo tipo de análise bizarra sobre Avenida Brasil, você está enganado(a). Num exercício de criatividade (e falta do que fazer) intensa, este blog percebeu algumas semelhanças entre a novela das nove e Star Wars. (Sim, a saga da família Vader.) Para início de conversa, as duas histórias começam na metade e seus espectadores só se dão conta disso do meio (da metade) para o fim, ou quando as explicações começam a surgir. Outro ponto crucial e semelhante é a trama principal: um jovem galã que não sabe quem são seus pais de verdade e rejeita suas origens quando as descobre. O resto, você confere aqui embaixo:

Max / Darth Vader
É o progenitor malvado do herói, a quem abandonou para ser criado por outra família e de quem vira inimigo na vida adulta, travando brigas violentas antes (e depois) de se revelar como seu pai biológico, o que só ocorre do meio para o fim da trama. Migrou para o lado negro da Força, ninguém sabe direito quando e por quê, e, ao longo da história, faz o público passar a ter pena dele e querer saber o que aconteceu antes de a novela/a série original começar. Adora usar roupa preta e morre no fim da trama.

Carminha / Darth Sidious (o "Imperador")
Foi quem levou o pai biológico do nosso herói para o lado negro da Força. É o(a) mentor(a) das suas maldades do pai biológico do nosso herói. Manipula o herói e o seu pai biológico. Tem ambições políticas e quer dominar o mundo (na verdade, um pouco mais do que isso na saga estelar).

Casa dos Tufão/ Estrela da Morte
Principal cenário da trama, comandado com braço de ferro pela(o) grande vilã(o), ofusca e intimida tudo o que estiver em volta. Embora seja cercada de segurança, qualquer um entra com facilidade e com frequência.

Nina / Princesa Leia
A heroína. Tem um affair com o herói da história no início da trama sem saber que laços os unem. Invade o território do inimigo para destruí-lo. Na novela, usa os poderes Jedi da família para se desenterrar de buracos profundos e seduzir homens. (Favor ignorar as diferenças entre as relações com o herói nas duas tramas.)

Zezé e Janaína / Stormtroopers
São os pés-de-boi da trama, quem realmente trabalha, coloca a mão na massa, sempre (ou quase) vistos(as) de uniforme e responsáveis por algumas das melhores cenas. Servem ao lado negro da Força por necessidade, não que aprovem as atitudes da chefia, mas desconfiam da mocinha. "Eu só trabalho aqui" é seu lema.

Jorginho / Luke Skywalker
É o herói e galã da trama, usa camisa com gola em "V", mas não resolve nada sozinho e passa toda a história tentando entender o que aconteceu nos capítulos anteriores ao início (assim como faz a audiência), ainda que não consiga lidar com a verdade. Sai na porrada com o pai biológico diversas vezes, antes e mesmo depois de saber da sua ligação sanguínea. Foi criado por outra família enquanto seu pai praticava maldades mundo afora.

Leleco / C-3PO
Só fala bobagem, mas torna a trama mais divertida e acaba fazendo muita gente parar para assistir. Ou dizer que é tudo uma grande besteira mesmo.

Ágata / R2-D2
Mascote da turma, não só pelo tamanho e forma. Só se ferra, apanha à beça, mas continua lá de pé, alegre e contente.

Tufão / Obi-Wan Kenobi
O grande mentor e pai de criação do nosso herói. Dono de habilidades que o discípulo admira e tenta desenvolver, sem muito sucesso.

Ewoks / Crianças do Lixão
Seres fofinhos e guerreiros que vivem num mundo que não existe. Ninguém entende direito o que eles falam, mas garantem a audiência infantil, que se identifica com eles. Adoram a mocinha e salvam os heróis algumas vezes. Vivem felizes mesmo sem terem muito motivo (aparentemente) para isso.

Moto da Nina / Moto dos Stormtroopers
Chega ao outro lado do planeta (ou vai do Divino à Zona Sul) em duas cenas, sem ninguém perceber que ela saiu da cozinha enquanto fazia o almoço e foi "buscar uns temperos no Leblon".

Ivana / Jar Jar Binks
Ser irritante, sem utilidade para a trama, fala feito idiota uma língua infantil e desperta a revolta em todos que assistem a obra. Se relaciona com o vilão da história sem fazer ideia do monstro que ele é ou será.

Adauto / Chewbacca
O ingênuo da trama. Nem sempre o que ele fala faz sentido, mas é quem conserta as coisas quando elas quebram ou dão errado.

Cadinho / Han Solo
O bonitão e sedutor das mulheres na trama, curte andar com a camisa meio aberta e garante a audiência feminina.

Jabba the Hutt / Nilo
Meio nojento, meio mercenário, malvado a princípio, mas, ao longo da trama (na verdade, ao desvendar o que aconteceu antes da trama original), você percebe que é só alguém que foi muito maltratado pela vida, e que tem boas intenções, pelo menos na origem.

Santiago / Mestre Yoda
Velho (aparentemente) bonzinho que surge no meio da trama para dar algum sentido e contar sobre o passado do herói, ainda que fale de forma cifrada e, num primeiro momento, seja difícil entender o que ele fala. Carrega brinquedos legais.

Mais sobre a novela:
A seguir, cenas dos próximos capítulos
Avenida Brasil não terá fim, atendendo Procon. Emigração explode com receio de fim da novela
Extra! Carminha e Max começaram em Vale Tudo!
E se a Avenida Brasil da novela fosse a de SP?
Álbum de Figurinhas Avenida Brasil
Nina ensina como se dar bem na carreira
Carminha declara apoio a Haddad
A Nina Pira

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Resumo da Semana: 11 a 17/08/2012

Nessa semana, aprendemos que:
O Brasil não é o país do vôlei.
É possível perder um jogo ganho, não só no futebol.
Nem sempre te avisam quando tem uma alface presa no dente.
Mesmo que você seja candidato a prefeito.
Protesto só é protesto se for com os seios de fora.
STF é lugar para declamar poesia (sem querer ofender os poetas).
Ninguém fez nada no mensalão.
Lugar para guardar obra de arte é em casa.
Uma van andando no Rio incomoda muita gente. Três mil vans paradas incomodam muito mais.
Lugar de maluco é pendurado em torre de aeroporto.
Um maluco sozinho é capaz de paralisar a cidade de São Paulo.
E nem precisa ser prefeito.
Os ministros do Supremo são capazes de criar polêmica até em torno do movimento de rotação da Terra.
E fazer até o outro Supremo ter dúvidas a respeito.
Nem toda tatuagem lhe dará orgulho no futuro.
Todo mundo "faz merda".
O julgamento do mensalão não acabará nunca.
O fim do mundo começará por SP, segundo pesquisas eleitorais.
O Brasil jamais terá uma Justiça ágil.

Posts da semana:
Feliz Dia dos Pais
Tecnologia para Leigos
O que os candidatos (provavelmente) pensam
Homem ameaça se matar porque não aguenta mais ouvir música do Criança Esperança
Outras semanas:
10 de agosto: Criança Esperança, Curiosidade em Marte, Boticário, Argolas
3 de agosto: Criança Esperança, Natura, Mensalão, Crepúsculo
27 de julho: Olimpíadas, Nina, Papuda, Marcelo Rubens Paiva
20 de julho: Rosane Collor, magia negra, Perdi meu Amor
20 de janeiro: BBB, Luíza e o Canadá, Carlos Nascimento

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O que os candidatos (provavelmente) pensam

Cidade Limpa, a lei de SP que só vale para (contra) a oposição. Esse pensou "se eu cagar esse muro com meu nome e sem qualquer proposta, todos vão votar em mim".
"Ah, se eu sujar bastante essa rua, o pessoal vai ver que a cidade precisa de alguém para limpá-la."
"Se eu acordar essa família às 5h30 da manhã com o barulho do meu SMS, eles vão votar em mim, com certeza. Nem importa se eu sou de outro município."
"Ah, esses cavaletes no meio da calçada certamente vão ajudar."
"É claro que todo mundo vai acreditar que esse povo com as bandeiras com meu nome está ali espontaneamente, sem ganhar R$ 10 por dia."
"Vou encher a rua de cavaletes com a minha cara no dia da eleição, porque todo mundo vai acreditar que eles foram colocados ali espontaneamente pelos meus eleitores, e, assim, ninguém vai pensar que é crime eleitoral."
"Maldito Bolsa Família. Agora, vou ter que pagar R$ 30 por dia."
"Se eu pegar o metrô uma vez na vida, num horário vazio, todo mundo vai achar que eu sou do povo e pego transporte público todo dia."
"Tá, quando a imprensa chamar atenção para o ridículo, já que todo mundo sabe que eu ando de helicóptero, o povo vai entender que é só porque o trânsito de SP é uma porcaria e eu não tenho nenhuma responsabilidade nisso."
"Se eu tentar andar de skate, também vou conquistar o povo, principalmente a galera que não vota, que tem menos de 16 anos."
"Hmmmm... Essa musiquinha irritante vai fazer sucesso com a criançada!"
"Ah, se eu espalhar meu número por aí, sem qualquer proposta, as pessoas vão votar em mim."
"Vou fazer isso usando carro de som também, ótima ideia!"
"Andar de skate é mole. Dá essa prancha pra cá!"
"Adoro debate. Vou prometer qualquer bobagem que não seja atribuição do cargo a que estou concorrendo, só para ganhar votos. O Tiririca é que tá certo."
"Ninguém sabe que prefeito não pode reduzir os juros."
"Ah, se eu pudesse usar aquela musiquinha e os números do Criança Esperança..."
"Vou apertar a mão desse pobre aqui para ele não me roubar."
"Buchada de bode, de novo?!"

Outras do noticiário político:
Palmirinha x José Serra: duelo no skate
Serra lança campanha usando música que homenageia Alckmin
Axioma de Tiririca cai após Maluf declarar apoio a Hadddad
Meu candidato em São Paulo
Carminha declara apoio a Haddad
Outros posts publicitários:
Publicidade desserviço (ou: As piores estratégias de marketing)
Portfólio (ou: Por que não virei publicitário)

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Resumo da Semana: 4 a 10/08/2012

Nessa semana, aprendemos que:
O Brasil é o país das argolas. E do boxe.
A Curiosidade matou o gato, e fugiu para Marte.
Às vezes, alguém fala palavrão na transmissão ao vivo.
É possível responder perguntas óbvias da TV sinceramente.
Nem todo salto ornamental é bonito.
Nem todo salto é "ornamental".
Existe robô inteligente em Marte.
Ninguém fez nada no mensalão. Com exceção do morto.
O Boticário acha mesmo boa ideia fingir que perfume é bebida.
O Brasil tem inoperadoras de telefonia.
Jamaicanos realmente voam.
O problema dos atletas brasileiros é o vento.
Ligações não "caem", são derrubadas mesmo.
Se dizer "mequetrefe" é uma boa defesa.
Atleta brasileiro fala palavrão.
Deixar a empregada saber do seu amante pode ser perigoso.
As operadoras de celular no Brasil não são ruins. Elas fingem.
Porque ganham mais dinheiro assim.
Dirigente esportivo é ruim em qualquer modalidade no Brasil.
Não esqueça o casaquinho.
É possível ter prejuízo explorando petróleo.
Halterofilismo é mesmo um "esporte" idiota.
Às vezes, venta.

Posts da semana:
Avenida Brasil não terá fim, atendendo Procon. Emigração explode com receio de fim da novela
Feliz Dia dos Pais
Diálogos que adoraríamos ver na TV
Como comentar competições olímpicas
Outras semanas:
3 de agosto: Criança Esperança, Natura, Mensalão, Crepúsculo
27 de julho: Olimpíadas, Nina, Papuda, Marcelo Rubens Paiva
20 de julho: Rosane Collor, magia negra, Perdi meu Amor
20 de janeiro: BBB, Luíza e o Canadá, Carlos Nascimento

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Avenida Brasil não terá fim, atendendo Procon. Emigração explode com receio de fim da novela

Carminha planeja programa infantil. Avenida Brasil substituirá Malhação, para não acabar nunca. Homens comemoram que continuarão podendo ver novela
Diante da impossibilidade, comprovada pelas produções dos últimos 20 anos, de fazer uma novela (e uma via expressa) melhor do que Avenida Brasil, a Globo desistiu de encerrar a trama, atendendo aos anseios dos telespectadores, que não sabem como ficará suas vidas após o término do folhetim.

A novela que tem Carminha, a vilã mais amada do país desde Maria de Fátima, Paulo Maluf e Odete Roitman, irá substituir Malhação, outra trama sem fim da emissora de Jacarepaguá. A medida atende ainda a um pleito das ONGs especializadas nos direitos do gênero masculino, preocupadas com o fim das desculpas para os homens verem novelas.

O Itamaraty informou que o número de brasileiros que decidiram morar no exterior explodiu com a proximidade do mês de outubro, já que a novela foi a única coisa produzida no país que prestou nos últimos e nos próximos anos, considerando a Copa de 2014, as Olimpíadas no Rio em 2016 e que a próxima novela será de Glória Perez.

Correm boatos de que a próxima temporada se passará na Avenida Brasil de São Paulo. Donos de blogs que escrevem sobre absolutamente qualquer coisa, desde que seja engraçadinha, respiram aliviados com a garantia de assunto por mais 30 anos. Editores de livros, reunidos numa churrascaria na Avenida Brasil, lamentaram a decisão, já que a novela vem sendo cada vez mais usada como explicação para as pessoas não lerem mais uma linha.

Mais sobre a novela:
Avenida Brasil e Star Wars: cretinas semelhanças
Extra! Carminha e Max começaram em Vale Tudo!
E se a Avenida Brasil da novela fosse a de SP?
Álbum de Figurinhas Avenida Brasil
Nina ensina como se dar bem na carreira
Carminha declara apoio a Haddad
A Nina Pira

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Diálogos que adoraríamos ver na TV

Nessa semana do Dia da Televisão (sábado, 11 de agosto), uma sincera homenagem deste blog à corredora Ana Cláudia Lemos, por sua resposta também sincera (veja vídeo lá embaixo), quando perguntada sobre seu desempenho nas eliminatórias dos 200 metros rasos ontem. Uma lista de outros diálogos que adoraríamos ver na televisão (fica a dica):

-Ana Maria Braga, você poderia mandar um beijo para a minha sobrinha, que te adora?
-Nem a pau. Acho isso uma babaquice.

-E aí, [Nome do Repórter]? Como está o clima aí na torcida?
-Tá uma merda e começou a chover agora!

-E aí, [Nome do Repórter]? Como está a rodoviária nessa véspera de [Natal/Finados/Dia das Mães]?
-Tá igual ao ano passado, eu lembro porque eu fui o corno que fez uma matéria idêntica na ocasião.

-E aí, [Nome do Repórter]? Qual é o estado de saúde do [Cantor/Ex-BBB/Político]?
-Tá na merda, mas vaso ruim não quebra, você sabe. Com certeza, tá muito melhor do que quem não pode pagar o Sírio.

-E as vendas de Natal? Como estão?
-Os shoppings estão cheios, mas vão ficar ainda mais. Quem quiser deve vir logo.
-Tá, tá, já sei. Agora, você vai dizer que as vendas devem crescer 10% como todo ano, né?

-Como você está se sentindo, depois da morte do(a) Fulano?
-Ah, eu tô ótima, ele era uma porcaria de marido mesmo.

-Como é que funciona o "maridódromo"?
-Ué? É só pegar a matéria que vocês mesmos fizeram seis meses atrás para você ver. Vocês não cansam de repetir pauta, não?

-E é por isso que você está no... ARQUIVO CONFIDENCIAL!
-Nem a caralho, Faustão. Fui.

-Como você está se sentindo, depois de [perder a casa/pegar uma diarreia/ser assaltado]?
-Pelo menos, não levaram minha inteligência, e eu não vou precisar ficar fazendo este tipo de pergunta na TV para sobreviver.

-Aham, Cláudia, senta lá.
-Não sento! Você não é minha mãe!

Por fim, o já usado:
-Como você avalia essa sua participação?
-Uma merda, né? (LEMOS, Ana Cláudia)



Outros posts televisivos e olímpicos:
Discursos que nunca veremos no Oscar
Como comentar competições olímpicas
Quadro de medalhas comprova: Galvão é pé-frio
Globo cancela ida do homem à lua, eleição de Collor e troca olimpíada por Mensalão
Globo transmitirá Copa de 2014 em 2015.
Chael Sonnen pede revanche contra o canal

domingo, 5 de agosto de 2012

Como comentar competições olímpicas

A cobertura olímpica é sempre emocionante. E fica ainda mais divertida com os comentários dos "especialistas", que conseguem, muitas vezes, estragar aquela competição que você estava curtindo tanto. Este blog, num trabalho de jornalismo investigativo intenso, descobriu o manual secreto para comentar determinados esportes olímpicos.

Salto ornamental: se for qualquer chinesa, diga que o salto foi perfeito, ainda que, para os leigos, tenha parecido uma barrigada ou que ela tenha saltado de pernas abertas. Se for latina, diga que ela tentou fazer um salto difícil e que ela errou, ainda que ela tenha feito um salto igual ao das anteriores.

Ginástica olímpica: extermine qualquer possibilidade de empolgação do telespectador, dando nomes técnicos para os movimentos, usando complementos como "carpado" e "com pirueta", como se fossem coisas banais para qualquer mortal fazer, em vez de simplesmente dizer "perfeito", "bonito", "bom pra caralho!". Abuse do seu desdém de ex-atleta. No começo, enalteça o favoritismo brasileiro. No fim, diga algo como "não foi dessa vez", "ele estava nervoso".

Boxe: imite o Galvão Bueno narrando MMA e diga coisas como "os primeiros segundos são de estudo" enquanto os dois lutadores já estiverem se espancando.

Futebol: comece dizendo que "a seleção brasileira é superior" e outras variações de ufanismo, termine dizendo que faltou integração ao time e esforço do jogador tal (o Neymar). No mais, tá liberado falar qualquer coisa, pois não importa o que você diga e quem você seja, você sempre estará errado. De qualquer forma, sempre vale soltar toda sorte de obviedades como "quem não faz leva", "se chutasse, era gol" e que quem está perdendo "agora tem pressa".

Handebol: igual ao futebol, com a diferença que é uma mulher comentando e regras que poucos conhecem.

Vôlei de praia: "é impressionante a integração da dupla, eles treinam juntos desde 1972".

Levantamento de peso: ok, "halterofilismo". Alguém comenta isso?

Cem metros rasos: não dá tempo de comentar nada mesmo, ainda bem.

Salto com vara: "Fabiana Murer foi desclassificada..."

Judô: se o Brasil estiver perdendo, diga "ainda faltam 14 segundos!", como se houvesse esperança. Se estiver ganhando, diga "faltam só 14 segundos!", como se a vitória fosse certa. No fim, grite a cor da medalha como se fosse o hexacampeonato brasileiro de futebol. "É broooooooonzeeeeeeeee, o Brasil é brooooooonzeeeee no judô!"

Vôlei masculino: comece enaltecendo a qualidade do time brasileiro, diga que o "ouro está quase na mão", que só falta um ponto, que só falta um set, que ainda dá para ganhar, que ainda dá para virar e termine com "que pena que não deu". Depois, fale qualquer coisa sobre o temperamento do Bernardinho, seu estado de espírito naquele momento, ou sobre seu espírito de liderança e ajude-o a continuar ganhando dinheiro dando palestras, vendendo livros e fazendo publicidade.

Outros posts olímpicos:
Quadro de medalhas comprova: Galvão é pé-frio
As mina (e as) pira
Globo cancela ida do homem à lua, eleição de Collor e substitui Olimpíadas por Mensalão