quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O Homem e o GPS

Imagem: exilelifestyle.com/traveler-time
Diz a lenda que o GPS foi inventado pelos militares americanos. Claro, nada faz mais sentido do que isso, dada a concentração masculina no ambiente das Forças Armadas, e também porque tudo de que nossa vida depende hoje, com exceção do chocolate e do ar-condicionado, foi inventado pela Nasa (caso do microondas, do aspirador e da corrida espacial, que inspirou a saga Star Wars) ou pelos militares dos EUA (caso da internet). Eu consigo até imaginar o diálogo:

-Bicho, ferrou. Preciso ir até o Ipiranga amanhã e não faço ideia de como chegar lá.
-Putz, eu também não faço a menor ideia. Por que você não pergunta na rua?
-Tá maluco?! Parece até a minha mulher, com essas ideias!
-Verdade. Foi mal aí.
-A gente precisa arrumar uma solução para isso.
-Já sei! Guia de rua. Você já viu aqueles catálogos da Quatro Rodas?
-Deus me livre. Isso é coisa de taxista de São Paulo.
-Verdade. Seu carro nem é branco, e você gosta de ar-condicionado.
-Tive uma ideia! Vou inventar um sistema bilionário baseado em cruzamento de dados entre satélites e isso vai nos salvar de ter que pedir ajuda aos outros na rua para chegar em algum lugar.
-Supimpa!
(Não podemos esquecer que estamos nos anos 1970, época da Guerra Fria e tal.)


Anos depois, em São Paulo...
-Alfredo, estamos perdidos. Por que você não consulta o GPS?
-Ih, amor, o GPS tá quebrado, olha. Não tá vendo que não aparece nenhum carro na frente do nosso? Isso não é São Paulo mesmo!
(Alfredo pensa: "Deus me livre pedir informações a essa voz de mulher!")


Outras conversas e problemas tecnológicos:
Casal em trânsito
Papo masculino
Coisas das quais ainda vamos rir. Muito
A vida vista pelo Instagram
Tecnologia para Leigos
Operadoras de celular conseguem, enfim, implementar bug do milênio
Diálogos que adoraríamos ver na TV
Dias (ou Noites) Modernos(as)

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Novos Cargos Corporativos

Imagem: myexecutivesummary.blogspot.com.br
Todo mundo sabe que o último (e o penúltimo) grito da moda no mundo corporativo é usar expressões em inglês, ainda que existam (e, especialmente, se existirem) palavras em português que signifiquem exatamente a mesma coisa, ou usar expressões que não significam o que elas realmente querem dizer. Afinal, o executivo de sucesso que se preze não tem um cargo, mas um eufemismo. Para você não ficar de fora, e voltar com tudo do Carnaval, eis alguns nomes de cargos para você almejar e sair usando por aí, além do seu verdadeiro significado.

CFO, ou "sifôu": é o sujeito que ganha bem, manda na parte financeira da empresa, mas, como o próprio nome do cargo diz, se algo der (muito) errado, é ele que vai "sifô".

CEO, ou "se o": é quem realmente manda no bagulho. Em tese, é um(a) executivo(a) super experiente, escolhido(a) no mercado, mas a verdade é que "se o" dono da empresa quis assim, vai ser ele(a) mesmo. Daí, o nome.

COO: a semelhança com a palavra favorita das crianças não é gratuita. É ele que põe a mão na massa, na parte operacional. Se algo der (médio) errado, a culpa é dele. Alguns que ocupam o cargo valem por dois, e são carinhosamente chamados de "COO-COO".

Analista: é o sujeito que analisa, analisa, mas, na prática, não faz nada.

Analista sênior: o mesmo cara, só que mais velho (tipo 25 anos de idade).

Analista júnior: a mesma coisa que os dois de cima, só que ele trabalha.

Gerente: é um dos nomes mais divertidos. Importado dos "managers" americanos, sempre que alguém fala que é gerente, ou que "o gerente decidiu", eu penso no gerente da papelaria, com uma caneta presa no bolso da camisa de manga curta, vindo atender uma reclamação de que o preço cobrado é R$ 0,05 superior ao informado.

Gerente júnior: é o filho do dono, o sujeito que tem metade da sua idade, mas já entra na empresa mandando em você. Afinal, nada mais cretino e contraditório do que um cargo com esse nome.

Estagiário: sabe por quê, sempre que algo dá errado, alguém fala "foi o estagiário que fez"? Porque este cidadão, coitado, é o único que trabalha de fato na firma toda. De qualquer forma, seu nome significa exatamente o que ele é: um ser em um estágio (muitas vezes, atrasado) da evolução da espécie.

Recursos humanos: como você já percebeu, as empresas não têm mais pessoas, mas colaboradores, ou "recursos humanos". E o sujeito tem um cargo com esse nome quando é ele que cuida dos recursos dos demais humanos, especialmente os salários que (espera-se) são pagos mensalmente.

Mais sobre carreiras:
Como parecer um executivo de sucesso
Como se tornar o empregado do mês
O que o seu chefe (não) deve entender...
Traduzindo o mundo corporativo
Prezado RH, (ou: Seção de Cartas)
Profissões sem desemprego

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Piadas velhas que você deve parar de fazer urgentemente (ou: Piadas de Tiozão)

O Carnaval acabou e o ano pode, enfim, começar. Com ele, vêm as mesmas piadas de sempre (como a que abre este texto), repetidas exaustivamente pelos colegas da repartição. Para te ajudar (e você poder encaminhar, como quem não quer nada, para aquele colega chato, que adota essa prática), segue aqui uma singela lista de piadas que um dia já tiveram graça (sim, esse dia já existiu), mas que hoje só servem para denunciar a sua idade, e/ou para seus filhos morrerem de vergonha de você. O princípio básico é simples: se é uma piada que você precisa rir assim que conta, para sinalizar para os outros a hora em que eles devem achar graça, é porque não é boa. Ou melhor: não deveria nem ser chamada de piada.

"É para ver (pavê) ou para comer?"

"É problema de junta. Junta tudo e joga fora."

"Você só não esquece a cabeça porque está grudada no corpo, hein?"

"Quer um cinto? Cinto muito!"

"Que Mário?"

"Qué oração? Só na igreja!"

"Ah, agora o ano vai começar", depois do Carnaval.

"Quem nasceu em novembro é filho do Carnaval."

"Cravo e canela?", se a menina se chama Gabriela.

Qualquer uma relacionada ao número 24 por ser o correspondente ao veado no jogo do bicho.

"É tipo Net."

"Que time é teu?"

"É light/diet", para se referir a qualquer doce que não é nem uma coisa, nem outra.

"Você viu a Mangueira entrar ontem?"
"Ah, não, tava de costas, né?"

Qualquer trocadilho com "peru" na época de Natal.

"Vai dar trabalho", quando um amigo tem uma filha bonita, ou geniosa, achando que está fazendo um elogio.

"Caiu um lenço", muitas vezes complementada por "e pelo barulho, era cor de rosa!", quando alguma coisa pesada e muito barulhenta cai no chão e quebra ou explode.

"Vai pagar a conta, hein?", quando alguém senta na cabeceira da mesa.

"Boa tarde!", quando a outra pessoa chega atrasada a um compromisso pela manhã. Ocupa a mesma categoria de "chegou cedo para ontem, hein?".

"Amanhã, não. Hoje.", quando passa da meia-noite e você fala de um compromisso que teria para o "dia seguinte".

"Vai comer ou quer que embrulhe?!", gritando para um desconhecido na rua. Se for para um(a) amigo(a), ainda vale.

Atrapalhar o parabéns, para cantar "a chuva cai, a rua inunda, ô, Fulano, eu vou comer seu bolo!" ou "é rôla, é rôla, é rola".

"Quando vêm os filhos?", quando a pessoa acabou de casar.

"E o Kiko?", para "o que que eu tenho a ver com isso?"*

"Você pinta como eu pinto?"*

"Se eu cozinho, eu não lavo, hein?!"*

"Vai fazer exame de fezes?", quando o sujeito aparece mais bem vestido do que o normal (em geral, de terno, se for homem).*

"Não precisa brigar", quando a outra pessoa agradece dizendo "'brigado(a)"

Qualquer uma sobre 1º de Abril.

Outros diálogos:
Dias (ou Noites) Modernos(as)
Papo Masculino
Diálogos que adoraríamos ver na TV
A seguir, cenas dos próximos capítulos

*Inestimáveis contribuições da amiga e leitora Cíntia Cardoso.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Máximas (e mínimas) do Jornalismo

Próximo nome da minha empresa de frilas (como ninguém pensou nisso antes?)
Nem acabou o Carnaval direito (ok, eu sei que você trabalhou, amigo jornalista), e já vem mais um dia de festa! Sim, é mais um "dia do jornalista"! É o Dia do Repórter, que cai neste sábado (porque jornalista tem sorte; não que faça diferença, pois ninguém iria te dar folga mesmo), 16 de fevereiro. Para celebrar esta data querida, segue uma lista de motivos para você continuar de cabeça erguida e sentir cada vez mais orgulho da profissão. No mais, nunca é demais avisar que a Mega-Sena está acumulada.

As frases não ditas (ou não) do Jornalismo:
Ser jornalista é ter que ouvir a pergunta "trabalha na Globo?", sempre que responde qual é sua profissão. "Conhece a Fátima Bernardes? O William Bonner?"

Alegria de jornalista é quando a pauta é cancelada no meio do caminho e ele pode ir para a redação de táxi pago pelo jornal.

O seu blog não precisa ser bom, você só precisa ter os amigos certos no Facebook. (Ou muitos amigos que vivam de frila.)

Felicidade de jornalista é marcar almoço de trabalho para economizar tíquete-refeição.

Repórter multimídia é o que produz para vários meios e não consegue fazer bem nenhum deles.

Quem reclama da opinião pública é porque nunca teve que lidar com a opinião privada.

O jornalismo pode ser muito mais deformador de opinião do que formador de uma.

Redações de jornais nunca estão preparadas para ter notícia.

Você sabe que saiu de casa bem vestido quando chega no evento e a recepcionista pergunta: "imprensa?"

Jornalista não fica desempregado, faz frila.

Jornalista é aquele que corre na direção do incêndio quando todos estão fugindo dele. O jornalista que acompanha a multidão é porque está de folga, e não é nem besta de ligar para a redação e correr o risco de ter de cobrir.

Não devemos confundir liberdade de expressão com liberdade de impressão.

Não devemos confundir liberdade de imprensa com liberdade de empresa.

Texto não tem fim. Tem prazo.

OFF é aquilo que o sujeito (entrevistado) pede, depois de duas horas de uma excelente entrevista que você já tinha dito que publicaria.

ON é aquilo que o mesmo sujeito quer dar quando você diz que só quer um OFF rápido.

Quando você for personagem em uma matéria sobre uso do celular e disser "eu fico horas jogando", tenha certeza de que a sua frase entrará logo após uma passagem que mencione pessoas que ficam no banheiro mexendo no aparelho durante o horário de trabalho.

As vendas de Natal sempre "devem crescer" 10%.

Não devemos confundir release com risole, embora seja sempre uma surpresa saber o que tem dentro de ambos (e os dois devam ser consumidos com moderação).

A melhor pergunta sempre surgirá depois que o entrevistado for embora. (A melhor resposta não.)

Outros posts jornalísticos:
Como jornais, sites, revistas e a TV noticiarão o fim do mundo
Eu tô no jornal ("Então, é Natal" para jornalistas)
Jornalismo como ele é
A culpa é da mídia
Dia de Jornalista
Manchetes de Carnaval
Capas de fim de ano: o que querem realmente dizer
Ai se eu escrevo: Michel Teló para Jornalistas
Diálogos que adoraríamos ver na TV
Jornalista de Novela

Outras homenagens:
Feliz Natal, Rio! Feliz Natal, São Paulo!
Feliz Dia da República!
Feliz Dia do Zumbi!
Viva o Dia das Crianças!
Feliz Dia dos Irmãos!
Feliz Dia dos Pais
Feliz Dia do Rock(y)
Dia do Amigo
Homenagem para o Dia das Mães
Para o Dia dos Namorados
Tecnologia para Leigos