Tela de login do Facebook e janelas para pagar e promover sua publicação |
Pelo menos uma vez por ano, circulam aqueles rumores dizendo que o Facebook passará a ser pago, o que é invariavelmente negado pela empresa. Não sei o que me surpreende mais: se é a insistência das pessoas em lançar boatos bobos, a ingenuidade das que acreditam neles sem ao menos checar a fonte, ou a inocência de quem acredita que o Facebook já não é pago.
Quem usa a rede social há alguns anos tem acompanhado as constantes mudanças, especialmente no último ano no que se refere ao simples sumiço de posts porque quem os publica não quis pagar para "promovê-los". Nas imagens ao lado (abaixo ou acima, dependendo da plataforma), estão dois exemplos claros disso.
Quem tem um perfil pessoal já viu pelo menos uma delas (a da direita). Ou seja, se você quiser que pelo menos mais da metade das pessoas que te seguem realmente leiam o que você escreveu, precisa pagar por isso. Não é que um dia será cobrado: já é cobrado! O preço está lá, na primeira tela logo, basta clicar em "promover" ("promote" na versão em inglês) e abrirá uma tela com o botão "pagar para promover".
Quem tem uma fanpage também já percebeu que o número de pessoas que visualizam suas postagens caiu drasticamente nos últimos meses. Não importa quantos usuários você tenha como "curtidores". No caso deste blog, são mais de 2 mil pessoas e o Facebook só mostra cada postagem inicialmente a cerca de 30 pessoas, ou seja menos de 2%. Se nenhuma delas compartilhar a postagem, ela morre ali mesmo. Se o dono da fanpage compartilhá-las, também poucas pessoas verão. O Facebook filtra este tipo de compartilhamento, de algum jeito que não te avisa também. Se quiser que mais gente veja, só pagando mesmo, clicando em "impulsionar publicação" ("boost post" em inglês). Só que eu arrisco dizer que muitas dessas fanpages não têm finalidade de lucro, não são de empresas que podem pagar por veiculação.
Enfim, quem "curte" a página deve saber que muito provavelmente não vai ver nem 10% do que é postado. Ou seja, quem posta não decide para quem vai e quem assina também não decide o que vai ler. É uma pena, mas, dessa forma, a tendência é o Facebook virar apenas um espaço publicitário pago. Até o Twitter, mais caótico, é mais democrático do que isso. E, a cada dia que passa, vejo mais gente aderindo ao Google+.
É preciso distinguir o que é publicidade e o que são posts normais, como jornais fazem separando peças publicitárias de reportagens. Quem quer um espaço privilegiado compra publicidade, mas ninguém paga para aparecer numa matéria. Ao menos, não deveria. Ou estamos falando de matéria paga, e ninguém quer ler um jornal assim. Ok, o Facebook é uma empresa com finalidade de lucro e eles decidem o que fazer, só é uma pena que a regra tenha mudado no meio do jogo e continue mudando com o jogo rolando, cobrando de quem fez a rede crescer. É como um jornal cobrar de seus repórteres para publicar suas matérias.
É importante lembrar que as redes sociais frequentemente são enaltecidas por seu aspecto "democrático" de disseminação de informações durante protestos, como os ocorridos em junho pelo Brasil e durante a Primavera Árabe, mas que democracia é essa em que o post com mais chances de aparecer será aquele que pagar mais?
Não foram as pessoas e fanpages da sua timeline que ficaram mais chatas. Foi o Facebook que passou a escolher o que quer que você leia. Desejo sucesso e mais sabedoria a outras redes sociais que vierem por aí, e que entendam a diferença entre espaço publicitário e espaço para interatividade. Acho difícil que qualquer rede social seja eterna, pela própria natureza da coisa, mas é lamentável como algumas conseguem antecipar seu fim com decisões equivocadas. Este blog só está esperando uma rede social mais democrática ser criada para migrar para lá.
Enfim, se acha que o que está escrito aqui faz sentido, compartilhe nas redes sociais, mas salve a imagem no seu disco rígido e crie uma nova postagem para ela, copiando e colando este texto, pois, do contrário, ele sumirá mais rápido ainda do que qualquer outra postagem veiculada via Facebook.
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